quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Sentimento


Quis chamar por ti e não sabia o que chamar…
Perguntei a tudo e a todos o que seria aquilo que estava á minha frente e não conseguia ver…
Apenas conseguia pressentir.
A tua sagaz atitude escondida entre os braços da vida não passa para lá dos meus olhos.
O que queria sentir já não o há mais... tudo que possa dizer, não serve! As palavras que não se dizem, já não as sinto…
A vida desliza entre os dedos tão simplesmente como se fosse um grão de areia.
A lua… é comparada ao que sinto. É linda, faz sonhar, mas está longe. Não a consigo sentir, apenas a consigo observar como se fosse a minha presa mais fácil.
Entre as nuvens carregadas de água no seu ventre, entre as gotas de suor sem medo, entre a vida… escondo aquilo que me faz sorrir e viver.
Mas onde está a minha vida e o meu sorriso?
Levaste-o contigo. Para nunca mais mo devolver…
Vieste e não ficas-te… Sentiste e não reparaste que o céu não é feito apenas de uma estrela, uma nuvem ou um corpo rochoso…
Entre as partículas mais pequenas do céu, aquelas que o constituem, há o maior… Aquilo que se acaricia com um olhar profundo e poucas vezes damos valor…
As coisas mais pequenas são por vezes as maiores coisas do mundo!
O mundo!
O que é o mundo?
Uma simples complexidade de vida? Ou uma complexidade simples de vida?
Tantas dúvidas permanecem caladas, sem ditarem o que as faz mover, sem saírem do seu lugar infinito onde nunca as vou compreender…
Entre os loucos elogios que me das cada vez mais a minha alma desvanece, como se a minha vida fosse nevoeiro que se cerra sobre o meu corpo e não te deixa ver o que de melhor há em mim…
Queria o teu sorriso sempre comigo, mas não o sei dizer, não sei como senti-lo nem como procura-lo…
Onde estás?
Porque não te consigo chamar?
Todos os dias olho pela mesma janela e vejo em mim sempre coisas distintas…
Ai uns dias exalto de alegria! Outros, escondo-me inconscientemente entre os meus medos…
Os medos que cobrem o meu sorriso, são almas que permanecem fechadas em mim, almas que encerram o meu sonhar e que não me deixam viver…
Entre todos os meus sentimentos penetram lacunas de insatisfações, e deixo de saber o que é sentir… vivo vidas de incertezas… vivo personagens irreais… vivo sonhos de fazer sonhar e vivo medos satisfeitos…
Estes medos são satisfeitos porque sabem como me parar sempre que quero dizer uma palavra, fazem deslizar por um rosto gotículas de amargura e apertam o meu coração…
Não sei sentir…
Não sei o que é sentir…
Se sentir é viver eu não vivo!
Entre as frases soltas que escrevi, vive a euforia que tenta sufocar o meu ser por espontaneidade…
Apetece-me gritar ao mundo!
Quero saber o que é sentir!
Não sinto o que escrevo, não sinto o que leio e não vivo o que sinto… por não saber o que é sentir, não sei o que faz mover a minha vontade… não olho para trás porque não reside sentimento em mim… não tenho vontade de olhar para mim mesma para não me ver consumida pelo medo….
Medo muito sagaz que me orienta para o lado em que o sentir é muito frio….
Quero sentir…

Seguidores